Francisco Louçã estranha "dois silêncios" de Seguro

O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, criticou hoje o silêncio de António José Seguro, secretário geral do PS, sobre corrupção e limite do défice na Constituição
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"O primeiro é o silêncio sobre a corrupção, é certo que António José Seguro interveio sobre a corrupção, mas não apresentou uma única medida concreta, sabendo ele que lidera hoje um partido que se recusou a votar junto com o CDS a criminalização do enriquecimento ilícito", disse Francisco Louça.

Intervindo, em Coimbra, no encerramento do Fórum Novas Ideias para a Esquerda, o líder do BE disse esperar a "contribuição" do PS para o combate à corrupção, "que passa por responsabilizar quem tem a caneta que assina as decisões fundamentais na utilização dos dinheiros públicos", frisou, aludindo a nova discussão sobre a criminalização do enriquecimento ilícito, agendada na Assembleia da República.

O segundo silêncio socialista, considerado "estranho" por Francisco Louça, reporta à Constituição e à "exigência" da chanceler alemã Ângela Merkel de que todos os países europeus têm de incluir no texto constitucional limites à sua divida "e portanto à sua politica orçamental", disse.

"Introduzir na Constituição a ideia de que o país está proibido de usar recursos quando há uma recessão ou quando quer ter uma politica de serviço nacional de saúde é o mesmo que pôr que está proibida definitivamente a neve na serra da Estrela ou as marés vivas em Setembro. Não tem nenhum sentido", argumentou.

Ainda em relação ao congresso do PS e às intervenções de António José Seguro, o líder bloquista manifestou-se "preocupado" com o que disse ser "uma ideia contraditória entre a promessa de abertura e o enorme sectarismo contra a esquerda".

"Isso está representado na ideia de que só há política e diálogo em Portugal entre aqueles que apoiarem a 'troika'. (...) Essa é a forma mais urgente do sectarismo", sublinhou.

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